terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

AGROTÓXICOS

POR: ALEX TENÓRIO DE MENESES

                   O USO DE AGROTÓXICOS NO BRASIL

               A agricultura brasileira cada vez mais tem feito uso de insumos químicos, principalmente de agrotóxicos, e isso acarreta numa serie de problemas ecológicos. Segundo (FERRARI, 1985) "ate os anos 50 as atividades da agricultura estavam direcionadas para geração de produtos (café e algodão, principalmente) para o autoconsumo da população residente no meio rural e alguns poucos núcleos urbanos", mas com o aumento da população urbana houve a necessidade de aumentar a produção agrícola para abastecer os centros urbanos, utilizando agrotóxicos para combater as pragas mesmo sem saber quais as consequências que poderiam ser geradas por estes produto.
              De acordo com (FERRARI, 1985) "contaminação de alimentos, poluição de rios, erosão de solos e desertificação, intoxicação e morte de agricultores e extinção de espécies animais, são algumas das mais graves consequências da agricultura química industrial e do uso indiscriminado de agrotóxicos largamente estimulados nos últimos 25 anos” .
              Devido à contaminação ambiental e aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos, podemos também estimar que as populações residentes próximas a áreas de cultivo e os moradores urbanos também estão significativamente expostos aos efeitos nocivos destes agentes químicos (CARVALHO et al, 2005). 
               Segundo (FERRARI, 1985) "os agrotóxicos atuam de duas maneiras no comprometimento da saúde da população: através das intoxicações dos agricultores durante a aplicação desses produtos ou através do consumo de alimentos contaminados com resíduos de veneno. Além disso, os organoclorados (aldrin, clorobenzilato e heptacloro) são cancerígenos em animais de laboratório", ou seja, podem causar câncer.  
            Segundo (CARVALHO,  et al 2005), a magnitude do impacto resultante do uso de agrotóxico sobre o homem do campo, no Brasil pode ser depreendida a partir dos dados do ministério da saúde. De acordo com estes dados, em 2003 houve aproximadamente 8000 casos de intoxicações por agrotóxicos, dos quais 30% foram observadas em áreas rurais. Estes dados, entretanto, não refletem a real dimensão do problema, uma vez que os mesmos advêm de centros de controle de intoxicações, situados em centros urbanos, inexistentes em varias regiões produtoras importantes ou de difícil acesso para muitas populações rurais.
               A fauna e a flora também são afetadas com o uso de insumos químicos, de acordo com (FERRARI, 1985), as terras carregadas pelas águas das chuvas levam para os rios, lagoas e barragens, os resíduos de agrotóxicos, comprometendo a fauna e a flora aquática, além de comprometer as águas captadas com a finalidade de abastecimento. Podem também provocar o aumento das pragas ao invés de combatê-las, pois na medida em que se usam insumos químicos as pragas tornam-se mais resistentes, necessitando de agrotóxico cada vez mais forte, desse modo, agredindo ainda mais o ambiente dizimando até os próprios predadores naturais das pragas. 
             A utilização de agentes químicos na agricultura sem dúvida acarreta numa serie de impactos ambientais e põe em risco a vida humana, podemos ressaltar alguns dos possíveis problemas que o ecossistema e a saúde humana pode enfrentar diante do uso destes produtos, dentre eles podemos citar, a intoxicação humana através da ingestão de alimentos que contém resíduos de agrotóxicos ou através da exposição a estes produtos e os danos causados ao ambiente gerando o comprometimento do ecossistema. (FERRARI, 1985).
 
REFERÊNCIAS:

FERRARI, Antenor. Agrotóxico: A praga a dominação. 1ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. 105 p.

MIRANDA, Ary Carvalho de; MOREIRA, Josino Costa; PERES, Frederico; CARVALHO, René de. Neoliberalismo, uso de agrotóxico e a crise da soberania alimentar no Brasil, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php.
Acessado em: 03.03.13.


 



 
 
 
 
 
 
 





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