POR: ALEX TENÓRIO DE MENESES
O USO DE AGROTÓXICOS NO BRASIL
A agricultura brasileira cada vez
mais tem feito uso de insumos químicos, principalmente de agrotóxicos, e isso
acarreta numa serie de problemas ecológicos. Segundo (FERRARI, 1985) "ate
os anos 50 as atividades da agricultura estavam direcionadas para geração de
produtos (café e algodão, principalmente) para o autoconsumo da população residente
no meio rural e alguns poucos núcleos urbanos", mas com o aumento da população
urbana houve a necessidade de aumentar a produção agrícola para abastecer os
centros urbanos, utilizando agrotóxicos para combater as pragas mesmo sem saber
quais as consequências que poderiam ser geradas por estes produto.
De acordo com (FERRARI, 1985)
"contaminação de alimentos, poluição de rios, erosão de solos e
desertificação, intoxicação e morte de agricultores e extinção de espécies
animais, são algumas das mais graves consequências da agricultura química
industrial e do uso indiscriminado de agrotóxicos largamente estimulados nos
últimos 25 anos”
.
Devido à contaminação ambiental e
aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos, podemos também estimar que as
populações residentes próximas a áreas de cultivo e os moradores urbanos também
estão significativamente expostos aos efeitos nocivos destes agentes químicos
(CARVALHO et al, 2005).
Segundo (FERRARI, 1985) "os
agrotóxicos atuam de duas maneiras no comprometimento da saúde da população:
através das intoxicações dos agricultores durante a aplicação desses produtos
ou através do consumo de alimentos contaminados com resíduos de veneno. Além
disso, os organoclorados (aldrin, clorobenzilato e heptacloro) são cancerígenos
em animais de laboratório", ou seja, podem causar câncer.
Segundo (CARVALHO, et al 2005), a magnitude do impacto
resultante do uso de agrotóxico sobre o homem do campo, no Brasil pode ser
depreendida a partir dos dados do ministério da saúde. De acordo com estes
dados, em 2003 houve aproximadamente 8000 casos de intoxicações por
agrotóxicos, dos quais 30% foram observadas em áreas rurais. Estes dados,
entretanto, não refletem a real dimensão do problema, uma vez que os mesmos
advêm de centros de controle de intoxicações, situados em centros urbanos,
inexistentes em varias regiões produtoras importantes ou de difícil acesso para
muitas populações rurais.
A fauna e a flora também são
afetadas com o uso de insumos químicos, de acordo com (FERRARI, 1985), as
terras carregadas pelas águas das chuvas levam para os rios, lagoas e
barragens, os resíduos de agrotóxicos, comprometendo a fauna e a flora
aquática, além de comprometer as águas captadas com a finalidade de
abastecimento. Podem também provocar o aumento das pragas ao invés de
combatê-las, pois na medida em que se usam insumos químicos as pragas tornam-se
mais
resistentes, necessitando de agrotóxico cada vez
mais forte, desse modo, agredindo ainda mais o ambiente dizimando até os
próprios predadores naturais das pragas.
A utilização de agentes químicos
na agricultura sem dúvida acarreta numa serie de impactos ambientais e põe em
risco a vida humana, podemos ressaltar alguns dos possíveis problemas que o
ecossistema e a saúde humana pode enfrentar diante do uso destes produtos,
dentre eles podemos citar, a intoxicação humana através da ingestão de
alimentos que contém resíduos de agrotóxicos ou através da exposição a estes
produtos e os danos causados ao ambiente gerando o comprometimento do
ecossistema. (FERRARI, 1985).
REFERÊNCIAS:
FERRARI, Antenor. Agrotóxico: A praga a dominação.
1ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. 105 p.
MIRANDA, Ary Carvalho de;
MOREIRA, Josino Costa; PERES, Frederico; CARVALHO, René de. Neoliberalismo, uso
de agrotóxico e a crise da soberania alimentar no Brasil, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php.
Acessado em: 03.03.13.
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