EQUILÍBRIO QUÍMICO NO COTIDIANO
O
interesse no equilíbrio químico
A certa dificuldade
em se compreender o conceito de equilíbrio químico por parte dos
alunos , logo surgi a necessidade de colocar o quão importante é
este conceito e se fazer um link com a realidade , pois a rigor,
todas as reações químicas são equilíbrios (Milagres e Justi,
2001). Um exemplo prático da importância desse conhecimento é na
aplicação na indústria, saber controlar uma reação e obter
melhores rendimentos é de vital importância econômica. Quando uma
reação reversível – isto é, aquela que se processa nos dois
sentidos – acontece em um sistema fechado, depois de algum tempo,
característico para cada reação, estabelece-se um equilíbrio
químico. Isto quer dizer que, nesse ponto, as velocidades da reação
direta (formação) e da reação inversa (decomposição) são
iguais. Outra característica do equilíbrio é que as concentrações
de todas as espécies presentes permanecem constantes (isto não
significa que elas sejam iguais).
O equilíbrio é
dinâmico, isto é, que quando um equilíbrio é atingido as reações
não param de acontecer, mas simplesmente acontecem com a mesma
velocidade nos dois sentidos. Uma maneira simples e bastante
eficiente para esclarecer esses conceitos é tentar encontrar
exemplos que ilustrem as mudanças ocorridas num equilíbrio pela
alteração da temperatura, pressão ou concentração. Neste caso, o
exemplo mais utilizado é o equilíbrio
2NO2(g)↔
N2O4(g)
por uma razão muito simples: esses gases apresentam colorações diferentes: enquanto o NO2 é castanho avermelhado, o N2O4 é incolor. Assim, quando “deslocamos” o equilíbrio em um sentido ou em outro, podemos verificar facilmente um aumento ou diminuição na intensidade da coloração avermelhada, “denunciando” para onde o equilíbrio está sendo deslocado. Este artigo apresenta um roteiro simples de obtenção desse equilíbrio, através do uso de dois reagentes relativamente simples de serem encontrados em laboratório: fio de cobre e ácido nítrico.
Equilíbrio
químico e chuva ácida
A chuva ácida já
vem sendo bastante abordada e tem sido usada para introduzir os
conceitos de acidez e basicidade no Ensino Médio, em uma tentativa
de aproximar a Química do cotidiano do aluno. Considerado tema
transversal obrigatório pelos PCN (Parâmetros Curriculars
Nacionais), o meio ambiente passou a ser utilizado como tema de
estudo para o ensino de várias disciplinas, principalmente a
Química.(Química Nova,2005).
A
chuva ácida é um fenômeno causado pela poluição da atmosfera.
Ela pode acarretar muitos problemas para as plantas, animais, solo,
água, construções e, também, às pessoas. A chuva ácida reage
com metais e carbonatos, atacando muitos materiais usados na
construção civil, como mármore e calcários. Os óxidos de enxofre
(SO2 e SO3) e de nitrogênio(N2 ,O, NO e NO2 presentes na atmosfera
formam ácidos fortes, aumentando a acidez da água da chuva.
No experimento aqui
apresentado pode se conhecer como se forma um dos componentes da
chuva ácida e o que acontece com monumentos feitos de alguns
materiais, como o mármore, quando expostos por vários anos a esse
tipo de poluição atmosférica, também podem ser exploradas as
reações químicas em fase gasosa e a ação do ácido em compostos
carbonatados, os aspectos dinâmicos e qualitativos do equilíbrio
químico, além dos processos de mudança de estado físico.
Experimental
Parte 1: Obtenção
do equilíbrio
2NO2(g)↔
N2O4(g)
Materiais
• Fio de cobre (1
cm de comprimento, com 2-5 mm de diâmetro)
• 1,5 mL de ácido
nítrico (HNO3) comercial concentrado
• Balão
volumétrico de 200 mL com tampa (ou uma garrafa de vidro
transparente com rolha de cortiça)
• Béquer ou um
vidro de maionese
• Pipeta (ou um
conta-gotas limpo de remédio – 1mL equivale a 20 gotas)
• Gelo e água
fervendo
Procedimento
Em um lugar
ventilado, coloque alguns pedaços de fio de cobre em uma garrafa de
vidro e adicione com o conta-gotas 1,5 mL de ácido nítrico. Em
seguida, tampe a garrafa com a rolha e deixe o gás se formar.
Estabelecido o equilíbrio, pode-se demonstrar facilmente o princípio
de Le Chatelier alterando-se a temperatura do sistema e
visualizando-se as mudanças ocorridas através do deslocamento do
equilíbrio em função dessas mudanças. Pode-se colocar a garrafa
dentro de um recipiente contendo um banho de gelo (0°C) e em contato
com água fervendo. Procedendo dessa maneira, determina-se qual das
reações é exotérmica e qual é endotérmica. Vejamos:
2NO2(g)↔
N2O4(g)
Vermelho tijolo
Incolor
Assim, quanto mais
avermelhado estiver o interior do balão, é sinal de que a
concentração de NO2 aumentou (e,
conseqüentemente, a concentração de N2O4 diminuiu) ou, quanto
“mais incolor” estiver o sistema,é sinal de que a
concentração de NO2 diminuiu (aumentando a concentração de N2O4
). Neste caso, observando os resultados apresentados na Figura
1,podemos concluir que a obtenção do gás N2O é um processo
exotérmico:
2NO2(g)↔
N2O4(g)
∆H < 0
Parte 2: Provocando
a chuva ácida
Material
• Bico de Bunsen
ou fogareiro de camping
• Bomba de aquário
• Pedaços de
mangueira
• 2 vidros com
tampa (frascos vazios de maionese)
• Água
Procedimento
Monte um esquema de
acordo com a Figura 2.
É necessário fazer
dois furos na tampa de um dos vidros e na rolha. Na tampa do segundo
vidro, é preciso fazer apenas um furo. Faça a ligação com um
pedaço de mangueira da saída de ar da bombinha de aquário com a
rolha da garrafa. Com outra
mangueira, conecte o outro furo à tampa do vidro 1, e por último
conecte o vidro 1 ao vidro 2. Coloque um pouco de água no vidro 2 e
aqueça o recipiente. Após colocar no gelo e na água quente a
garrafa da parte 1 deste experimento, retire a tampa da garrafa (que
contém o gás) e coloque a rolha com os dois furos. Ligue e a
bombinha e observe o que acontece.
A bomba empurra o
gás que estava na garrafa para o vidro 1. No vidro 2, a água
fervente passa vapor de água para o vidro 1. No vidro 1, o vapor de
água se encontra com o NO2,
formando HNO3.Ácido
e água condensam, formando uma solução ácida que pode ser
identificada através de papel indicador tornassol azul ou
colocando-se um pedaço de casca de ovo em contato com a solução. A
casca de ovo, por conter carbonato, reage com o ácido e libera gás
carbônico (CO2),
que pode ser identificado através da formação
de pequenas bolhas.
Atenção: ao final, deposite o restante de ácido nítrico e de cobre da reação em um frasco de descarte.
Atenção: ao final, deposite o restante de ácido nítrico e de cobre da reação em um frasco de descarte.
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