domingo, 17 de março de 2013

PIERRE CURIE E MARIE CURIE

Por Everlane S. Tenorio

    Marya Sklodowska, que posteriormente adotara o nome de Marie, quando foi morar com sua irmã em Paris conheceu Pierre e em 1985 eles se casaram, dando origem ao famoso casal Curie. À procura de um tema para sua tese de doutorado, Marie juntamente com Pierre se interessou nos trabalhos elaborados por Henri Becquerel, buscando entender através de pesquisas de onde eram provenientes as radiações observadas por Becquerel no minério de urânio.Para isso, instalaram em um lugar úmido da Escola de Física e Química em Paris, alguns instrumentos de detecção, incluindo alguns construídos por Pierre e seu irmão Jacques. O casal Curie conseguiu medir tais radiações, afirmando que eram uma propriedade intrínseca do elemento urânio. Sua intensidade era proporcional à quantidade de urânio presente na substância, não dependendo da combinação química, da fase de agregação, nem das condições exteriores.


  O casal Curie descobriu ainda que o urânio não era o único elemento que apresentava essa propriedade. Os sais de tório emitiam radiações semelhantes.
  Como resultado de todo esse longo trabalho, iniciado pelo físico alemão Röntgen, que teve prosseguimento com os trabalhos de Becquerel e de Pierre e Marie Curie, nasceu o estudo de um fenômeno que foi batizado de radioatividade por Marie. Por suas descobertas, Becquerel, Pierre e Marie Curie foram laureados com o prêmio Nobel de Física em 1903. 


  Pierre e Marie Curie foram ainda mais longe: em uma comunicação à Academia de Ciências, em 12 de abril de 1898, anunciaram que a pechblenda – um minério contendo óxido de urânio - era bem mais radioativo que o urânio metálico isolado. Isso significava que o minério continha, além do urânio, outro elemento radioativo. Conseguiram do governo austríaco uma tonelada de pechblenda, proveniente das minas de Joachimstal e, em julho de 1898, anunciaram que haviam conseguido isolar da pechblenda um metal que, na tabela periódica, seria vizinho do bismuto. Em homenagem à pátria de Marie, este novo elemento foi chamado de polônio. No final do mesmo ano, anunciaram a descoberta de outro elemento radioativo isolado da pechblenda – o rádio.
  Marie Curie passou mais quatro anos trabalhando com a pechblenda, até conseguir isolar uma quantidade significativa de rádio, determinar a massa atômica (226) e algumas de suas propriedades, como o fato de ser 1,4 milhões de vezes mais radioativo que o urânio. Em 1911, recebeu seu segundo Nobel, agora de Química, por essas últimas descobertas, este lhe foi conferido “pelos serviços prestados ao avanço da Química pela descoberta dos elementos rádio e polônio".


  Pierre Curie morreu, tragicamente, em 1906, após ter sido atropelado. Não se sabe ao certo as causas da morte de Marie Curie, dentre elas está a hipótese de morte por leucemia com 67 anos, em 4 de julho de 1934, provavelmente vítima das radiações a que ficara exposta durante grande parte de sua vida ou tuberculose em 7 de julho de 1934, em consequência das fortes doses de radiação a que ficou submetida durante os vários anos de trabalho em exposição às radiações.



Referências:

FARIAS, Robson Fernandes. As mulheres e o prêmio Nobel de química. In: Química Nova na escola, N° 14, novembro 2001. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc14/v14a06.pdf>. Acesso em: 13 mar. de 2013.

XAVIER, Allan Moreira. ét al. Marcos da história da radioatividade e tendências atuais. In: Química Nova, vol 30, No. 1, 83-91, 2007, p.83-84. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2007/vol30n1/18-RV05217.pdf>. Acesso em: 13 mar. de 2013.






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