Marya
Sklodowska, que posteriormente adotara o nome de Marie, quando foi morar com
sua irmã em Paris conheceu Pierre e em 1985 eles se casaram, dando origem ao
famoso casal Curie. À procura de um tema para sua tese de doutorado, Marie juntamente com
Pierre se interessou nos trabalhos elaborados por Henri Becquerel, buscando
entender através de pesquisas de onde eram provenientes as radiações observadas
por Becquerel no minério de urânio.Para isso, instalaram em um lugar úmido da
Escola de Física e Química em Paris, alguns instrumentos de detecção, incluindo
alguns construídos por Pierre e seu irmão Jacques. O casal Curie conseguiu
medir tais radiações, afirmando que eram uma propriedade intrínseca do elemento
urânio. Sua intensidade era proporcional à quantidade de urânio presente na
substância, não dependendo da combinação química, da fase de agregação, nem das
condições exteriores.
O casal Curie descobriu ainda que o urânio não era o único
elemento que apresentava essa propriedade. Os sais de tório emitiam radiações
semelhantes.
Como resultado de todo esse longo trabalho, iniciado pelo
físico alemão Röntgen, que teve prosseguimento com os trabalhos de Becquerel e
de Pierre e Marie Curie, nasceu o estudo de um fenômeno que foi batizado de
radioatividade por Marie. Por suas descobertas, Becquerel, Pierre e Marie Curie
foram laureados com o prêmio Nobel de Física em 1903.
Pierre e Marie Curie foram ainda mais longe: em uma comunicação à Academia
de Ciências, em 12 de abril de 1898, anunciaram que a pechblenda – um
minério contendo óxido de urânio - era bem mais radioativo que o urânio
metálico isolado. Isso significava que o minério continha, além do urânio,
outro elemento radioativo. Conseguiram do governo austríaco uma tonelada de pechblenda,
proveniente das minas de Joachimstal e, em julho de 1898, anunciaram que haviam
conseguido isolar da pechblenda um
metal que, na tabela periódica, seria vizinho do bismuto. Em homenagem à pátria
de Marie, este novo elemento foi chamado de polônio. No final do mesmo ano,
anunciaram a descoberta de outro elemento radioativo isolado da pechblenda – o
rádio.
Marie Curie passou mais quatro anos
trabalhando com a pechblenda,
até conseguir isolar uma quantidade significativa de rádio, determinar a massa
atômica (226) e algumas de suas propriedades, como o fato de ser 1,4 milhões de
vezes mais radioativo que o urânio. Em 1911, recebeu seu segundo Nobel, agora
de Química, por essas últimas descobertas, este lhe foi conferido “pelos
serviços prestados ao avanço da Química pela descoberta dos elementos rádio e
polônio".
Pierre Curie morreu, tragicamente, em 1906, após
ter sido atropelado. Não se sabe ao certo as causas da morte de Marie Curie,
dentre elas está a hipótese de morte por leucemia com 67 anos, em 4 de julho de
1934, provavelmente vítima das radiações a que ficara exposta durante grande
parte de sua vida ou
tuberculose em 7 de julho de 1934, em consequência das fortes doses de radiação
a que ficou submetida durante os vários anos de trabalho em exposição às
radiações.
Referências:
FARIAS, Robson Fernandes. As mulheres e o prêmio Nobel de
química. In: Química Nova na escola, N° 14, novembro 2001. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc14/v14a06.pdf>.
Acesso em: 13 mar. de 2013.
XAVIER,
Allan Moreira. ét al. Marcos da história
da radioatividade e tendências atuais. In: Química Nova, vol 30, No. 1, 83-91, 2007, p.83-84. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2007/vol30n1/18-RV05217.pdf>. Acesso em: 13 mar. de 2013.
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