Feromônios
são substâncias químicas chamadas semioquímicos (sinais químicos) secretadas
por um indivíduo em pequenas quantidades junto com outros compostos inativos,
mas quimicamente semelhantes, que permitem uma comunicação intra-específica (de
mesma espécie) com outros indivíduos. Em 1959, um pesquisador alemão chamado
Butenandt isolou e identificou o primeiro feromônio sexual de inseto, conhecido
como bombicol (estrutura química apresentada na figura B). O
inseto estudado foi a mariposa do bicho-da-seda Bombyx mori (ver fig. A).
Os feromônios servem para diversas
funções e podem ser classificados em:
- feromônios de marcação de trilha: Rastro
químico deixado por um inseto, que só será detectado e entendido por outro
inseto da mesma espécie.
- feromônios de alarme: Insetos
emitem um odor característico ao serem tocados avisando aos outros membros da
colônia que um inimigo pode estar se aproximando.
- feromônios de ataque: Servem
como aviso aos outros insetos de que devem atacar um intruso.
- feromônios de agregação: Quando
um inseto encontra comida ou um lugar bom para fazer moradia emite um feromônio
para atrair os insetos da mesma espécie.
- feromônios sexuais: utilizado
para atrair o parceiro para a cópula e assim preservar a espécie, através da
procriação (Fig. C). Na maioria dos casos, é o macho quem emite o feromônio,
esperando que as fêmeas venham até ele.
Fig, C- Percevejo escuro Leptoglossus
zonatus (considerado uma
das
maiores pragas do milho no Brasil)
copulando, resultado
de uma atração efetuada por feromônios sexuais.
de uma atração efetuada por feromônios sexuais.
Feromônios e suas aplicações
Uma vez que a identificação dos feromônios é
intra-específica, eles podem ser utilizados na
classificação taxonômica de várias espécies, tomando-se por base a produção de
semioquímicos da espécie. Estudos estão sendo realizados para a aplicação de
feromônios na agricultura, seja como forma de monitoramento populacional ou em
armadilhas de captura de insetos, sendo hoje uma realidade cada vez maior na
busca por formas racionais de controle de pragas por serem substâncias naturais que regulam comportamentos
essenciais para a sobrevivência da espécie, é pouquíssimo provável que os
insetos possam vir a desenvolver algum tipo de resistência a eles, à semelhança
do que ocorre com agrotóxicos tradicionais, descartando praticamente a
possibilidade de haver danos ambientais.
Foto: Feromônio pode controlar as prá- ticas agrícolas sem causar danos ao me- io ambiente.//Crédtitos Paulo Pereira |
Feromônios nos humanos
Em humanos há evidência de
que algumas substâncias atuam como feromônios dos tipos primers, sinalizadores
ou moduladores, não havendo evidências que corroborem a ação de feromônios
liberadores em adultos humanos. Os mais conhecidos até agora se referem à
sincronia menstrual entre mulheres que conviveram por alguns meses, regulação
do período de ovulação, mudanças no ciclo menstrual de mulheres que
apresentaram atividade sexual freqüente junto a parceiros do sexo oposto,
capacidade das mães de reconhecerem seus filhos por roupas previamente vestidas
por eles, distinguindo-as por meio do olfato de outras vestidas por outras
crianças e à preferência de bebês por mamilos de suas próprias mães durante a
amamentação.
Referências:
DALACQUA,
Mariana; Barros, Mirna Duarte. Feromônios
humanos. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São
Paulo, 2006, p.27-31. Disponível em: < http://www.fcmscsp.edu.br/files/vlm51n1_5.pdf>. Acesso em: 24
fev. de 2013
FERREIRA,
J. Tércio B.; Zarbin, Paulo H.G. Amor ao
primeiro odor: comunicação química entre os insetos. In: Mortimer, Eduardo
Fleury (Org.). Química: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2006, p.21.
FERREIRA, J.
Tércio B.; Zarbin, Paulo H.G. Amor ao
primeiro odor: comunicação química entre os insetos. In: Química nova na
escola. N° 7, maio 1998. Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br/qni/visualizarTema.php?idTema=39>. Acesso em: 03 mar. de 2013.
Feromônios e outros
semioquímicos: A linguagem química dos insetos. Disponível em:<http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=19&id=381>. Acesso em: 24
fev. de 2013.
Sinais químicos emitidos pelos insetos podem ser alternativa
no controle de pragas. Brazil: Seedquest, 2011.
Disponível em: <
http://www.seedquest.com/news.php?type=news&id_article=15802&id_region=9&id_category=217&id_crop=>. Acesso em: 03 mar. de 2013
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